terça-feira, 14 de outubro de 2014

A Poesia Mais Longa Das Poesias

"I’ve told the truth so many years
No one seems to want to hear that
I’m not someone else inside

I’ve been alone this lonely road
Looks like I’m not coming home
But I don’t mind, please don’t cry..."
(The Pretty Reckless - Dear Sister)



Aprendi que envelhecer
Não é igual a crescer
Aprendi que cantar
Não é encantar

E eu só tenho dezoito
Um idiota acabado
Estando afoito
Com o peito apertado

As rimas clichês
Eu já cansei de fazer
Queria escrever algo novo
Queria acabar dando socos

E se eu tivesse apenas uma caneta sobrando
Uma casa completamente vazia e apenas um pano
Qual seria a minha última mensagem?
Quem veria os rabiscos da minha viagem?

Merda, e eu achando que tinha construído algo até aqui
Mas acontece que não é nada demais e todo mundo quer sorrir
Sinto como se estivesse de cadeira de rodas num mundo de cadeiras de quatro pernas
Sinto como se eu não pertencesse de maneira alguma nessas pedras 

Estou no auge da minha vida e sinto como se não estivesse aproveitando
Não que eu seja algo muito diferente de um tipo de robô que faz outros sorrirem
Sinto como se eu estivesse trabalhando,cantando e caminhando
Apenas pra ver algumas pessoas conseguirem dormir bem

Qual é minha posição sobre a vida? Qual é meu lado do mundo?
Ou qual a posição da vida em mim? Qual o mundo do meu lado?
Eu sinto saudade de ter alguém, o mundo, os segundos
Sinto realmente como se tudo ao meu redor estivesse congelado

Minhas poesias que tinham trechos pequenos hoje se tornam gigantescas
O que posso fazer se tenho tanto pra falar mas se ninguém entende meu modo de expressar?
Eu já vi sol e chuva ao mesmo tempo, já vivi o suficiente pra saber o que são nevascas
Mas não vivi o suficiente pra dar conselhos, não sou nada mais que pó que tenta ajudar

Como eu vou parar pessoas na rua e dizer para elas que eu tenho tentado lidar com a vida?
Como eu vou olhar para elas e dizer que quanto mais eu nado mais afundo?
Merda, coloco metade do vocabulário de palavrões que tenho pra acabar com todas essas divididas
E eu que achava que era grande, mas não conhecia o mundo

Alguém pode me falar algo diferente?
Estou cansado de ouvir tanta gente
E elas falam as mesmas coisas de sempre
Estou tão solitário

Meu Deus, quanto tempo eu levei para me tocar que o tempo passa rápido demais e não avisa
E quanto tempo eu levei para ver que as pessoas que conheço não me conhecem mais
Parece que eu caí de paraquedas nesta guerra de várias divisas
Contendo cada parte de mim, amigos, amores, trabalhos, meus pais

Eu lamento por mim por estar tão sujo e tão mesquinho e egoísta a ponto de sentir piedade
Que eu não consigo suportar o fato de que ninguém consegue sentir uma pequena saudade
Dizer que sente minha falta, me fazer sentir bem, me dizer algo bonito, tá eu insisto
Eu tenho estado mais do que carente, estou quase que desesperado, eu admito

Está difícil para eu conseguir lidar tudo isso apenas com meus braços fracotes e medrosos
Preciso de um sorriso e uns empurrões para que eu veja qual lado do Sol devo seguir
Ah, quem me dera agora ter a capacidade de sonegar impostos
Imposto pela sociedade que me cerca querendo me consumir

Aprendi tanta coisa durante esses tempos
Que até certos momentos
Eu acabei utilizando da forma física da minha alma
Para que eu pudesse manter a calma

A calada da noite ajuda a completar o cenário
E eu estou cantando sozinho como um canário
Está frio para ver anjos dançarem hoje
Está frio para ver anjos que voem

Ah droga, queria conjugar o verbo "amar"
Nada é melhor que adiar para sempre
Ah, eu adoraria mesmo se meu peito explodisse e meu coração subitamente parar
Para que eu pudesse falar as últimas palavras que sempre quis de repente

A noite bate na minha janela de maneira delicada
Quem disse que eu poderia ficar acordado até de madrugada?
A madrugada era meu maior amor desde então, mas acontece que não posso mais vê-la
Ela disse que iria me fazer mal tentar um pouco mais conhecê-la

Eu podia jurar que iriam ficar aqui, eu podia jurar que iam me dar as chaves desta cela
Mas parece que jurar realmente se tornou uma palavra banal hoje em dia
E continua frio como se fosse em pleno inverno de junho, ficando sempre em espera
Como se eu estivesse sempre como numa segunda ligação, e ninguém se importaria

Estou esperando um amigo meu buscar minha alma no inferno, esperando ele mentir
Mentir para os céus que sou um alma boa e que eu poderia voltar para Terra sem problemas
Acontece que não tenho tido muitos amigos, e não sei se ele gostaria de me ver sorrir
Ah, eu acabei voltando para aquele ciclo de destruir minha cabeça com ideias e dilemas

Essa poesia é a mais longa de todas as poesias feitas pelo homem, talvez para adivinhar
Pra onde um garoto de apenas dezoito anos deva ir, ou aonde ele deve chegar
E que não venham me dizer que eu tenho que descobrir, que a vida é um mistério
Se for pra ficar brincando de ter surpresas, prefiro terminar logo num cemitério

Aonde estão aquelas pessoas agora que diziam que iriam me ver direto, que iam sair comigo?
Aonde estão aqueles que disseram que as cores do arco-íris eram as cores que eu quisesse?
E que qualquer coisa era só chamar, pois é, eu tô chamando, eu tô gritando, cantando, se pudesse
Cadê aquela porra que dizem que todo mundo tem de ombro amigo?

Entre tantas palavras, me encontro num mar gigantesco de lágrimas
Droga, droga, droga, quando vai acontecer de eu queimar subitamente de maneira não clara
Para que eu não veja aqueles olhares amargos, aqueles olhares de indiferença
Para que eu saiba o que está acontecendo nessa minha confusa cabeça

Ah, mundo se eu pudesse te colocaria logo num lugar distante, já que você já está assim de mim
Tudo está distante, todos estão distantes, e eu não vejo um olhar sequer dirigir-se para o meu
Mas acho que está tudo bem, eu não me importo que as coisas estejam assim
Meu coração fatiado por espadas sabe de tudo e de todos, sabe exatamente o que aconteceu
Não é?

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